Primavera começa chuvosa, mas deve terminar com tempo seco na Região Central

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Após um Inverno marcado por frio extremo e neve, mas também por temperatura recorde 35,1°C em agosto, a Primavera chega, nesta quarta-feira, trazendo expectativa de chuvas irregulares e impactos do fenômeno La Niña. O equinócio, que faz transição entre uma estação fria para outra mais quente e úmida, inicia às 16h21min. 

De acordo com o meteorologista Gustavo Verardo, da BaroClima, e estação terá uma condição úmida no início, com bastante chuva em outubro. Mas, depois, a previsão indica que as precipitações ficarão abaixo da média histórica nos nos meses de novembro e dezembro, que também tendem a ser mais quentes do que o normal.

- Já no começo do mês de setembro notamos um comportamento da atmosfera mais parecido com a Primavera, com chuva forte, granizo e vento. Outubro tende ter bons indicies de chuva, com novos riscos de temporal - explica.

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Ainda segundo Verardo, a estação terá influência do fenômeno La Niña, mas em intensidade baixa. O fenômeno é conhecido como o resfriamento das águas do Pacífico. Ele mantém a umidade deslocada para o Norte e Nordeste do pais, favorecendo a ocorrência de estiagem no Rio Grande do Sul. Isso não significa que não teremos chuva. Ela aparecerá, mas de forma muito irregular, mal distribuída, explica o meteorologista.

- Isso acarreta entradas de ar mais frias. Podemos ter, ainda em outubro e novembro, mínimas abaixo de 10ºC. Já em dezembro, a previsão é de aumento de calor, podendo as máximas chegarem a 35ºC - adianta o meteorologista. 

POUCA CHUVA PREOCUPA
A previsão de chuva irregular preocupa, devido aos reservatórios. O país já enfrente problemas hídricos que afetam a geração de energia elétrica, inclusive no Rio Grande do Sul. Com o indicativo de poucos acumulados nos próximos meses, a situação deve piorar. Além disso, há preocupação com rios, açudes, bebedouros para os animais, além das barragens que abastecem as cidades.

- Devemos nos preocupar com reservatórios, mesmo com o mês de setembro chuvoso. As condições podem voltar a um quadro preocupante. Na agricultura, o cuidado deve ser com as culturas de soja e milho. Com um período longo sem chuva, vai haver necessidade de irrigação. Porém, a maioria dos produtores não tem essa condição - destaca o meteorologista e estudante de mestrado em Engenharia Agrícola Anderson Haas Poersch.

Conforme Poersch, o período de estiagem deve afetar principalmente os meses de semeadura das culturas de verão. Já os meses de janeiro e fevereiro devem ter chuva em maior regularidade. Além disso, o meteorologista também alerta para as chances de temporais nos próximos meses: 

- A estação da Primavera é de transição de um período frio para o verão, que é mais quente. Isso favorece alguns temporais agora em setembro e outubro.